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segunda-feira, 7 de março de 2011

OITO DE MARÇO - MULHERES QUE TRANSFORMARAM
Sojourner Truth
(1797-1883)

De escrava humilhada e analfabeta a grande figura do abolicionismo e da luta pelos direitos da mulher nos Estados Unidos, a vida e a luta política de Sojourner Truth é um dos maiores testemunhos sobre a capacidade de luta da mulher e do ser humano em geral

Sojourner Truth nasceu na escravidão, por volta do ano de 1797. Seu nome de batismo era Isabella Van Wagner. Passou a infância como mera mercadoria, tendo sido vendida em tenra idade e diversas vezes depois disto.
Sua primeira linguagem foi o holandês, nacionalidade que predomina no Condado de Ulster, Nova Iorque, onde nasceu.
Durante a sua infância tornar-se-á uma criança devotadamente religiosa, característica que marcará profundamente o seu caráter e toda a sua atividade política posterior.
Aproximadamente entre os anos 1810 e 1817 teve cinco filhos, de um companheiro escravo chamado Thomas, quando pertencia a um escravocrata chamado John J. Dumont, que vendeu quatro dos seus filhos. Destes apenas dois continuarão com ela após a sua alforria em 1827. Neste ano, fugiu de Dumont e foi para a propriedade de uma família quaker , de Isaac Van Wagner, de quem retirará o nome. Neste ano, o New York State Emancipation Act (Lei de Emancipação do Estado de Nova Iorque) libertará todos os escravos naquele Estado.
Abolicionista
Após a libertação consegue a ajuda de amigos quakers para recuperar um dos filhos mais novos, que havia sido vendido como escravo ilegalmente para um estado sulista, através de uma batalha judicial e vai morar com os dois filhos mais novos em Nova Iorque. Ali trabalhará como empregada doméstica até 1843.
A ex-escrava convenceu-se em algum período da sua vida de que ouvia vozes e tinha visões, as quais eram orientadas diretamente por Deus. Estas aparições a estimulavam a peregrinar pelo país e divulgar a mensagem da fraternidade entre os homens. Convertida à causa do abolicionismo, esta adquiriu a forma concreta da sua missão moral.
Em 1843, Isabella partiu de Nova Iorque, com uma trouxa de roupas e 25 centavos no bolso, para perambular pelo país sob o nome que adotou de Sojourner Truth, ou seja, Sojourner, um hóspede, uma pessoa que passa, e Truth, a verdade, que designa que entendia a sua missão como a de uma peregrina da verdade.
Sojourner começou a falar nos comícios abolicionistas no Norte, onde a burguesia apoiava a causa da libertação dos escravos e, apesar de analfabeta, conseguia reunir multidões para ouvi-la falar devido à sua personalidade carismática e, conforme o testemunho da época, enormes qualidades como oradora. Sojourner era uma pessoa imponente, com um metro e oitenta de altura e uma voz portentosa.
Sojourner é a mais destacada figura feminina da luta abolicionista norte-americana onde ex-escravos como Frederick Douglass e Francis Watkins Harper destacaram-se escrevendo livros que contêm o seu testemunho contra o horror da escravidão e falando em comícios e reuniões para convencer os brancos a pôr fim ao sistema bárbaro que transforma um ser humano em mercadoria capitalista.
Durante todo este tempo, sustentou-se com a venda do livro The Narrative of Sojourner Truth (A narrativa de Sojourner Truth), o qual ditou para Oliver Gilbert.
Durante a guerra civil, Sojourner Truth trabalhou para ajudar os batalhões de negros que compunha o exército do Norte. Após a guerra, o presidente Abraham Lincoln designou-a como conselheira na National Freedmen's Relief Association para ajudar os negros libertos em Washington.
Após a guerra civil, continuou fazendo campanha incansavelmente em defesa do emprego e da educação do negro que, saídos de séculos de escravidão, eram atirados ao mercado de trabalho capitalista.
Até a década de 70, Sojourner encorajava os recém libertos a migrar para os estados do Kansas e do Missouri.
Em defesa da mulher, em defesa da mulher negra

Sojourner Truth
Já na década de 50, Sojourner Truth travou conhecimento com o movimento pelos direitos das mulheres que, naquele momento, tinha como móvel principal a luta pelo sufrágio feminino. A ex-escrava tornou-se uma militante deste movimento, falando em comícios com a mesma energia e eficiência com que fizera no movimento abolicionista.
Em 1850, participará da Primeira Convenção Nacional dos Direitos da Mulher em Worcester, Massachusetts, um dos principais centros do sentimento abolicionista nos EUA. Foi a única mulher negra presente. Nesta convenção, foi aprovada uma resolução específica sobre a mulher negra, considerada “a mais injustiçada e mais perversamente ultrajada de todas as mulheres”, comprometendo-se a que, em “todo esforço para a melhoria da nossa civilização, teremos em nossos corações a memória da feminilidade ultrajada dos latifúndios e não omitir esforço algum para elevá-la a compartilhar os direitos que reivindicamos para nós mesmas”. No ano seguinte, participou de uma convenção feminina em Akron, estado de Ohio, onde algumas mulheres procuraram impedi-la de falar por medo de que se misturasse a causa da abolição com a causa das mulheres. Sojourner não se deixou intimidar e tomou a palavra, contra toda a pressão de vários homens, alguns deles ministros religiosos, que buscavam intimidar a escrava analfabeta, mas em vão. Em pouco, tempo, autorizada pela mesa, dominou o auditório com a sua famosa oração, registrada pelo presidente da mesa posteriormente, intitulada Ain't I a woman ( Não sou uma mulher? ).
Até o final da sua vida, participaria da luta das mulheres norte-americanas pelos direitos femininos. O texto do seu discurso, um verdadeiro poema em prosa Ain' I a woman tornou-se uma fonte de inspiração para um grande número de mulheres negras nos Estados Unidos.
Quando, em 1866, a Quarta Emenda à Constituição norte-americana deu aos negros do sexo masculino o direito de votar, estabelecendo uma odiosa distinção, e quando os defensores do abolicionismo inclinaram-se para um compromisso com esta manobra, contra a opinião das defensoras do direito das mulheres, Sojourner levantou-se praticamente sozinha em defesa do direito da mulher negra: o mais oprimido dos seres humanos.
Finalmente, em 1875, já velha, abandonou a sua longa e intensa atividade política em defesa dos negros e das mulheres e retirou-se para a cidade de Battle Creek, Michigan, onde permaneceu até a sua morte em 26 de novembro de 1883.
Uma curiosidade: em 1997, o robô pesquisador sobre rodas que foi enviado para explorar a superfície de Marte recebeu o seu nome como homenagem.
Lino Guedes

60 anos da morte do poeta, escritor e jornalista “herdeiro” de Luís Gama
No dia 4 de março de 1951 morria o escritor que foi um admirador do poeta negro

Lino de Pinto Guedes era filho de ex-escravos e nasceu na cidade de Socorro, em São Paulo, em 1897. Cresceu em Campinas e se formou pela Escola Normal Antônio Álvares com parcos recursos provindos de doações. Ainda jovem iniciou a carreira de jornalista no Diário do Povo e no Correio Popular. Trabalhou também no Jornal do Comércio, no O Combate, na Razão, no São Paulo - Jornal, no Correio de Campinas, no Correio Paulistano e no Diário de São Paulo.
Teve atuação na Imprensa Negra, tendo trabalhado como redator-chefe do periódico Getulino (apelido de Luís Gama), em 1923, dirigiu o jornal Maligno, em conjunto com Gervásio de Moraes, em 1924, e foi editor do jornal Progresso em 1928.
Lino Guedes é considerado um dos primeiros poetas e escritores negros que protagonizou as lutas do povo negro em seus escritos, tendo sido um dos grandes destaques da Imprensa Negra de sua época. Em algumas situações, Lino foi acusado ser muito direto ao tratar da questão da luta do povo negro em seus escritos.
O primeiro dos jornais a contar com sua colaboração em termos de militância negra foi A União, em 1915, quando Guedes dava os primeiros passos na profissão. Com clara influência de Luís Gama foi fundado o Getulino, em homenagem ao poeta negro.
Em São Paulo deu continuidade à sua luta pelo povo negro, participando de associações recreativas e reuniões sociais da comunidade negra, até que, em 1928 colaborou com Argentino Celso Wanderley na fundação do Progresso.
Lino Guedes utilizava como pseudônimo literário o nome de Laly. Os seus referenciais literários foram dramas românticos em verso, como Castro Alves e a poesia abolicionista de Vicente de Carvalho.
Contrariando as acusações de outrora, a temática da escravidão ocupou lugar predominante em sua obra. Alguns autores chegam a apontar que nos escritos de Lino pode ser identificada a vontade de “elevação da comunidade negra”.

Em “Negro Preto Côr da Noite”, ele escreve:

Cadê elle?!...
- Quem foi que inventou serviço?
Anda o Dicto a indagar.
- Esse tal de “seu fulano”,
Si algum dia o encontrar,
lhe bato c’um gato morto
até o gato miar!...

Faleceu no dia quatro de março de 1951, e três anos mais tarde foi publicada uma edição completa de suas obras, compreendendo vários gêneros literários: poesia, conto, romance, ensaio, biografia, e outros. No final da vida teve uma série de desavenças com lideranças negras de São Paulo, tendo esporadicamente se isolado. Por fim, caracterizou sua vida literária pagando tributo ao advogado dos escravos, Luís Gama, tendo escrito inclusive sobre ele em 1924, no livro Luís Gama e sua individualidade literária. Na bibliografia de Lino Guedes ainda constam as seguintes obras literárias: Black (1926); O Canto do Cisne Preto (1927); Ressurreição negra (1928); Urucungo (1936); O Pequeno Bandeirante, Mestre Domingos (1937); Negro Preto Cor de Noite (1938); Sorrisos de Cativeiro (1938); Vigília de Pai João, Ditinha (1938); Nova Inquilina do Céu, Suncristo (1951).

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Integrando uma perspectiva de Gênero nos assentamentos Humanos


Moradia adequada para todos e desenvolvimento humanos sustentáveis são questões que estão na agenda do processo de urbanização da cidade. Estes temas são altamente relevantes posto que se crer que atualmente há cerca de 100 milhões de pessoas, principalmente mulheres e crianças, que não tem um lugar para morar. Há ainda pelo menos 600 milhões de pessoas habitando em moradias que são nocivas a saúde e a vida em cidades do mundo em desenvolvimento.
As mulheres constituem 70% mundial dos mais de 1.300 milhões de pessoas vivendo na pobreza absoluta. E 50.000 mulheres e suas crianças morrem diariamente como resultado por falta de saneamento e água em suas moradias.
Discutir a cidade significa assegurar por parte dos governos, compromisso que traduzem melhores condições para que a maioria das mulheres não siga pobre e sem poder nas suas comunidades e na sociedade.
Ao se pensar a cidade, precisamos incorporar a igualdade de gênero e quantas são as suas necessidades diferentes de homens e mulher.
Com intenso trabalho por parte das mulheres, seu papel de protagonistas nos assentamentos humanos, precisa serem incorporado ao se pensar à cidade.
Enquanto o desenvolvimento sustentado das cidades combina com o desenvolvimento econômico e humano, o desenvolvimento social e a proteção do meio ambiente, respeitando plenamente todos os direitos humanos e as liberdades fundamentais, inclusive o direito ao desenvolvimento, e oferecer os meios para lograr um mundo mais estável e pacífico, fundado em uma visão ética, moral, de classe e espiritual. A democracia aos direitos humanos, a transparência, a representatividade e a rendição das contas na gestão pública e administrativa em todos os setores da sociedade, assim como a participação efetiva da sociedade civil, são pilares indispensáveis para o êxito do desenvolvimento sustentável.
A cidade deve estar fundada na democracia entre um bom governo e uma forte sociedade civil. O desenvolvimento sustentável deve incorporar elementos econômicos, sociais e do meio ambiente e respeitar os direitos e as liberdades humanas. A falta de desenvolvimentos e a pobreza não justificam a violação dos direitos humanos.
Assim como a falta de desenvolvimento e a grande extensão da pobreza absolutamente podem inibir que se goze pleno e efetivo direitos humanos e debilitar a democracia e a participação popular.
Pensar a cidade significa também tirar milhares de pessoas que vivem em absoluta pobreza e carecem de uma moradia adequada. Em muitas cidades as moradias deficientes e mesmo a falta delas, são problemas que aumentam e armazena as condições de saúde e seguridade e põem em perigo a própria vida. Toas às pessoas têm o direito a um nível de vida para si mesma e sua família, inclusive ao alimento, vestimenta, água e saneamento básico, o que melhoria as condições de vida.
A mulher tem um papel de primeira ordem no desempenho de êxito nos assentamentos humanos sustentáveis. Não obstante, a causa de diversos fatores, entre que figura a persistente e crescente carga de pobreza para as mulheres e a discriminação em razão do gênero, a mulher tropeça com obstáculos particulares quando trata de obter uma moradia adequada e de participar plenamente na adoção de decisões relativas aos assentamentos humanos sustentáveis. A emancipação da mulher e sua participação plena e em condições de igualdade na vida pública, social e econômica, melhora a saúde e a erradicação da pobreza são indispensáveis para obter êxito na sustentabilidade dos assentamentos humanos.
Ao se pensar a cidade, tem que se garantir que a mulher tem o direito de uma vida satisfatória e produtiva e deve ter oportunidade de participar plenamente das comunidades, da sociedade e em todas as decisões relativa ao seu bem estar, especialmente a sua necessidade de moradia.
Pensar a cidade sobre a ótica de gênero é considerar, reconhecer e valorizar suas múltiplas contribuições nos processos políticos, sociais e econômicos na sociedade. Assim deve-se prestar especial atenção a satisfazer as necessidades em evolução em matéria de habitação e mobilidade, a fim de que possa seguir tendo uma vida satisfatória em sua comunidade.
Garantir um marco de objetivos, princípios e compromissos, uma visão positiva dos assentamentos humanos sustentáveis, em que todas as pessoas tenham uma moradia adequada e digna, em torno da salubridade e seguro acesso aos serviços básicos e um emprego produtivo livremente escolhido, é convergir a uma visão na realidade.
Pensar a cidade é nos comprometer com uma visão holística nos assentamentos humanos. Por isto também se comprometer a cooperar com a promoção e o reforço da segurança, confiança e paz e a eliminação de todas as formas de violência a nível local, nacional e internacional.



POLÍCIA AGRIDE COMUNIDADE DO TABOINHA - RJ

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Oficina de planos Diretores em Nova Lima é um sucesso!

Marcos Landa, Coordenador Nacional do MNLMPopulação de Nova Lima reage à verticalização de condomínios na cidade

Humberto Siqueira - Estado de Minas
Publicação: 20/02/2011 07:07 Atualização:
Em evento comemorativo dos 10 anos do Estatuto das Cidades, o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) promove em todo o país oficinas para debater propostas para seminário nacional em São Paulo, de amanhã até quarta-feira. Em Minas, a oficina “Planos diretores participativos: Avanços e desafios da política urbana mineira” foi realizada sábado, das 8h às 19h, em Nova Lima, reunindo representantes de conselhos estaduais e municipais de cidades e de diversos órgãos, entidades e movimentos sociais relacionados às questões urbanas.

Além da perspectiva para fortalecimento da gestão das cidades, a partir de planos diretores participativos, especialistas e líderes comunitários deram início ontem a uma mobilização dos moradores de Nova Lima para um seminário, em março, que vai discutir a revisão da Lei de Plano Diretor da cidade.

Há uma preocupação grande com os rumos da cidade. Segundo Cláudia Pires, presidente nacional do IAB, a especulação imobiliária está sendo extremamente prejudicial. “Há vários empreendimentos irregulares. O Vale dos Cristais, da Construtora Noberto Odebrecht, por exemplo, tem uma extensão muito grande, de 5 milhões de metros quadrados, e precisa ter licenciamento do estado. Ele foi feito, mas para edifícios com até cinco pavimentos. Depois de obter o licenciamento, resolveram ampliar o empreendimento e construir edifícios com cinco pavimentos e outros com 24. Estão em desacordo com a autorização recebida. Moradores que comprarem imóveis podem ser prejudicados, pois a obra pode até ser embargada”, afirma.

A assessoria de imprensa da Odebrecht informou que o Vistas do Vale, condomínio a ser implantado no Bairro Vale dos Cristais, terá quatro prédios de 18 andares e dois de 19. Acrescenta que o projeto está em total conformidade com as regras de ocupação do solo de Nova Lima e encontra-se em fase de licenciamento na Secretaria Municipal de Meio Ambiente da cidade. “O que ocorre é uma confusão entre o bairro e o condomínio. O bairro foi licenciado na esfera estadual pela Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam). Já o condomínio dispensa licenciamento estadual e já tem o municipal”, acrescenta.

Cláudia Pires disse que o IAB vai dar o suporte necessário para projeto de lei de iniciativa popular para revisão do Plano Diretor de Nova Lima. “É preciso abordar fatores como direito à paisagem, questão ambiental, verticalização e adensamento, entre outras considerações a serem feitas”, pondera. Na avaliação de Marcos Landa, coordenador do Movimento Nacional de Luta pela Moradia e conselheiro do Ministério da Cidade, o primeiro passo já foi dado. “Conseguimos que a prefeitura, que é conivente com a situação, promovesse audiência pública na próxima terça-feira para debater o assunto. E, em 17 de março, está previsto discutir a revisão da Lei de Plano Diretor municipal”, explicou.

Segundo ele, lei de 2008 foi considerada uma das cinco melhores de Minas. “Mas quando chegou à Câmara, foi completamente modificada. As zonas especiais de interesse social foram drasticamente diminuídas e as reivindicações da população desconsideradas. Desde então, o que se tem visto na cidade são construções próximas de mananciais, trilhas e cachoeiras privatizadas, reservas ecológicas invadidas”, salienta.

Natural de Nova Lima, Wesley Fortes, de 36 anos, reclamou, durante a oficina, da especulação imobiliária: “A cidade está ficando refém de empreendimentos de grande porte. A especulação está expulsando o morador do entorno da cidade, onde os condomínios se instalam. Sem opções, ele vem para a cidade, mas não tem como arcar com o preço de um lote”, adverte. Ele lamenta o que chama de privatização do espaço público. “Qualquer morador de Nova Lima se recorda de ir ao Açude do Rio Grande de bicicleta ou caminhando e nadar no local. Hoje, o espaço foi fechado como parte do Condomínio Veredas. Isso tem que acabar”, afirma.

 
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